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O que é copyleft?
Nem toda a gente sabe em que consiste
nem como funciona. À semelhança do que
acontece com o copyright, existem uma série de
condições associadas ao termo que vamos
conhecer neste artigo. Mais uma vez, Eduardo
Manchón, desta vez desde o mais do que reconmedável
site alzado.org,
faz uma análise dos diferentes aspectos que rodeiam
a esta palavra...
Resumo: copyleft é
a melhor maneira de obter lucros na publicação
de conteúdos quando o autor não é
tão conhecido como para obter as receber vantegens
do copyright fechado.
O copyleft é um tipo de licença
para documentos que permite a sua reprodução
livre e, ao mesmo tempo, garante ao autor o reconhecimento
e prestígio da sua realização.
Este tipo de liberdade na reprodução permite
uma difussão tipo "virus" do documento
e consegue abranger um maior número de leitores.
O que é copyleft?
A Free Documentation License (GFDL) ou
copyleft forma parte do movimento GNU (Linux, Mozilla...).
Apesar de inicialmente ter surgido para ser aplicada
à documentação do software livre,
pode ser também aplicável a qualquer documento
escrito, um livro, um artigo, etc.
Qual o objecto desta licença?
Simples:
A máxima difusão dos textos permitindo
a livre reprodução.
Estabelecer claramente o autor original do texto.
Evitar que um conteúdo copyleft seja transferido
para copyright fechado.
Vantagens do copyleft.
Só uma minoria de autores conseguem
ter um sucesso tão grande que permita tirar vantagens
de um copyright fechado. O resto de autores conseguem
viver do prestigio que dão as suas obras e que
lhes permite realizar conferências, cursos, escrever
em jornais...
Isto quer dizer que para a grande maioria
de autores, aquilo que é realmente importante
para aumentar o seu prestigio é que a sua obra
chegue ao máximo número de leitores. Para
um autor pouco conhecido o copyright supõe uma
barreira para chegar até o público. Nesta
situação o copyright fechado só
consegue ser um problema e o copyleft uma vantagem.
Funcionamento do copyleft.
Autor.
O copyleft obriga a deixar bem claro
no documento reproducido o autor original, quer colocando
o seu nome nalgum lugar, quer inserindo o nome na capa
do documento, conforme a importância da reprodução
ou o número de cópias realizadas.
Modificações no
documento original.
No caso de serem realzadas modificações
no documento original o copyleft especifica que deve
ficar bem perceptível qual o conteúdo
original e quais as modificações realizadas
por um segundo autor.
Conteúdos copyleft não
podem ser convertidos em conteúdos copyright.
A licença do copyleft também
tenta evitar que uma terceira pessoa tente aplicar um
copyright fechado a conteúdos que provávelmente
têm sido copyleft, isto é, os conteúdos
livres sempre vão ter este status.
Um documento criado a partir das modificações
de outro documento com copyleft deve manter a licença
copyleft.
Livre não é a mesma
coisa que gratis.
O facto de um texto ser copyleft não
quer dizer que seja gratis. Se pode receber dinheiro
por conteúdos copyleft e pode fazé-lo
não só o autor original como também
outra pessoa. O copyleft simplesmente trata de estabelecer
a liberdade de reprodução do conteúdo.
Por outras palavras, se pode vender um documento copyleft,
mas quem compra o documento pode copiá-lo à
vontade.
Detectar violações
da licença.
Alguém pode violar a licença
tentando mostrar ser o autor de conteúdos copyleft,
reproduzindo um artigo sem dizer o nome do autor original.
Esta violação á fácil de
detectar pois se o falso autor obtiver prestígio
e notoriedade será logo caçado. Se não
o obtiver, mesmo que não seja caçado,
não será motivo de dores de cabeça.
Aspectos legais.
Na realidade, o copyleft é um
tipo de copyright, mas a principal diferença
do usual copyright fechado é que é aberto
e permite a livre reprodução com algumas
condições. Por esta razão para
um texto seja copyleft deve ter anexo o texto seguinte:
Copyright. Nome do autor. Ano
"Permission is granted to copy,
distribute and/or modify this document under the terms
of the GNU Free documentation License, Version 1.2 or
any later version published by the Free Software Foundation.
A copy of the license is included in the section entitled
"GNU Free Documentation License"
No site alzado.org optaram por um texto
muito mais claro e simples que evita a palavra copyright
para não provocar confussões.
Copyleft. Alzado 2003
"Permitida la reproducción
citando al autor e incluyendo un enlace al artículo
origina"l (texto original em castelhano).
Copyleft tem documentação
legal que explica o seu funcionamento e o seu sistema
para denunciar violações.
Documentação
legal do copyleft em inglês (a única
com valor legal).
Um caso real: copyleft em alzado.org
O copyleft tem permitido que a presença
dos artigos de alzado.org na Internet não se
limite ao seu site. Ao menos 15 sites reproduzem artigos
de alzado.org, incrementando o público ao qual
chegam os seus autores.
O copyleft também tem permitido
que alguns artigos se incorporem facilmente como material
de cursos nas universidades, intranets de empresas privadas
ou outras instituições.
Alguns artigos de alzado.org tem sido
traduzidos ao portugués (o meu caso), catalão
e o euskera (lingua do pais basco). O copyleft facilita
as traduções visto que não é
necessário pagar direitos de autor. A tradução,
além de aumentar o público, facilita a
presença na internet de linguas minoritárias.
Além de isto tudo, dado que não
se realiza acto ilegal nenhum, aqueles que reproduzem
conteúdos costumam pedir permiso (apesar de não
ser necessário). Isto permite a alzado.org estar
informado da repercussão de cada artigo.
A filosofia por detrás do copyleft.
A filosofia do copyleft pode parecer
idealista no contexto actual dominado pelos copyrights
fechados. No entanto, estar ou não de acordo
com esta filosofia, não supõe travão
nenhum para perceber de forma clara as suas vantagens
práticas, quer estratégicas quer comerciais.
A ideia por detrás do copyleft
é que o conhecimento como tal não pertence
a ninguém. Qualquer conhecimento vem de outros
conhecimentos anteriores e é uma cópia
em maior ou menor grau de outras ideias. Portanto, limitar
a cópia não faz sentido e faz mais dificil
a geração de novos conhecimentos.
A função principal da geração
de conhecimento é a de melhorar a sociedade e,
portanto deve chegar ao máximo número
de pessoas possível. Banir a sua reprodução
significa bloquear o acesso e discriminar àqueles
que por uma ou outra razão não podem aceder
a ele.
Existem outras formas de obter lucros
diferentes no copyright fechado e, de facto, a maioria
dos autores quase sempre obtêm os seus verdadeiros
lucros de outras fontes. Os únicos que realmente
ganham com esta licença são os autores
famosos e aqueles intermediários: as editoriais.
No formato papel, as editoriais têm
a sua função porque o autor necessita
da sua infraestrutura para difundir as suas obras. No
entanto, no meio digital, e sobre tudo na Internet,
um autor pode distribuir a sua obra sem necessidade
de intermediários. Por isso, por um lado o sistema
de distribuição das editoriais e por outro,
o elemento em que baseiam-se os seus lucros, o copyright
fechado, ficam comprometidos.
A facilidade de cópia nos meios
digitais faz inútil o copyright fechado. Continuamente
realizam-se violações da licença
e cópias sem autorização. Dever
ser assumido que resulta impossível evitá-lo
e apostar por outro tipo de estratégias.
Na realidade, a cópia não
autorizada prejudica mais aos pequenos autores, não
tanto pelos lucros directos que se possam obter, porque
costumam vender pouco, senão porque dificulta
que tenham prestígio, sendo esta a via real de
ganhos. Aos grandes autores, as cópias feitas
sem autorização podem fazer com que ganhem
menos dinheiro, mas isto não lhes afecta como
poderia afectar aos pequenos autores.
Em jeito de conclusão, se és
um autor sem fãs, se ninguém te pede um
autógrafo, usa copyleft, ganhas mais.
Fonte: Eduardo Manchón
| Alzado.org
http://www.alzado.org/articulo.php?id_art=195
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