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O quinto Beatle
Como o Sr. Escribano refere "o
título é simplesmente uma escusa
para atrair a atenção, uma pequena
mentira". Mas de qualquer das maneiras até
tem sentido: Os Beatles eram quatro indivíduos,
mas por tras deste grupo existia uma quinta personagem
ao qual lhe são atribuidos grande parte
do seu sucesso: o manager. Ora bem, na usabilidade
são cinco os princípios que se costumam
referir: navegação, tempo de resposta,
conteúdo, interactividade e facilidade
de comprensão. Estes cinco termos são
os nossos "beatles", mas, como acontece
com o famoso grupo musical, existe um outro elemento
por tras: a documentação. Este não
é quinto elemento mas sim o sexto... E
afinal este artigo nem fala de Beatles nem de
um quinto elemento, se não de usabilidade
e de um sexto pilar. A única ligação
é que este princípio fundamental
(a documentação) age sem estar presente,
como o manager... Vamos aprofundar mais um pouco
nisto que estamos a falar
A web está viva, o papel
morreu!
A importância da documentação
que deve acompanhar um documento web pode ser
argumentada desde uma infinidade de pontos de
vista, mas este artigo pretende fazé-lo
só desde um: a necessidade da manutenção
posterior ao design de qualquer documento web.
Quando se desenha um documento para ser impresso
em papel, existe um especial cuidado na composição
das páginas porque, depois de impresso,
o documento sera definitivo e não mudará
com o passo do tempo. Mas, quando falamos de um
doc web, devemos pensar em que seguramente seja
modificado em pouco tempo. Esta sensibilidade
dos documentos web às mudanças externas
é uma das razões, junto com a da
universalidade do acesso e a facilidade de difusão,
do sucesso da web como meio de comunição.
Mas se na fase de design e implementação
não temos cuidado em documentar o site,
as futuras modificações podem degradar
a qualidade de forma alarmante, chegando mesmo
a violar os princípios do design que, com
muito esforço foram criados entre os membros
da equipa que desenvolveu o projecto.
A modo de exemplo, uma empresa
que dedicava-se à educação
há dois anos pediu conselho para modificar
o site que nesse momento tinham. O documento tinha
sido desenvolvido por uma empresa externa há
dois anos, o design tinha sido aprovado pela direcção
e por vários grupos de utilizadores. De
facto, era bastante boa... mas passados dois anos
foram realizadas moficações, ampliações
de secções inteiras, de serviços,
etc... sem centralizar nem documentar as ditas
mudanças. A empresa que orignalmente fez
o design do documento tinha perdido entretanto
o seu designer que trabalhou naquele projecto,
e não guardavam nenhum tipo de documentação
sobre o assunto, à excepção
de uma imagem do documento web num CD-ROM. Quando
foi pedido o mapa de navegação para
compreender (e usar o documento) a empresa e a
agência que fez o site começaram
às bocas...
Na copia do CD-ROM que foi entregue
foram contados doze arquivos chamados escudo.gif
em diversos directórios. Deles, nove tinham
uma cópia exacta do escudo, enquanto que
os restantes três eram variações
sobre o original. Além disto, havia um
número maior de arquivos chamados escudo1.gif,
escuda.gif, escud.jpg... e por aí fora.
Através destes exemplos é possível
ter uma ideia do difícil que resultava
utilizar o documento web como ponto de partida
para a nova versão.
A documentação do
documento web
É o caso acima referido
uma excepção? Muito frequentemente
encontram-se documentos web mal documentados que
fazem difícil ou impossível assegurar
a qualidade depois de alguns meses da sua implementação.
E isto porque as labores de manutenção
podem dar cabo do design num tempo record.
O que é que se pode fazer para evitar
esta degradação? Basicamente, tratar
o desenvolvimento de documentos web como se fosse
software o que, em definitiva, são. E como
qualquer projecto de engenharia, além do
produto final, devem ser exigidos um série
de documentos técnicos. Ninguém
deveria comprar uma casa sem o plano de um arquitecto
e, pela mesma razão, ninguém deveria
comprar um website sem documentar.
Numa revista de economia foi lançada uma
proposta sobre como deveria ser a documentação
de um website. Os elementos que compõem
qualquer projecto web são: documento final,
mapa do site e o dos links (mapa de navegação),
relação estruturada de todos os
ficheiros utilizados no projecto, explicação
da estrutura de cada nível, código
fonte de todos os programas incluidos no projecto,
explicação da estrutura de cada
nível, contrato de manutenção
e período de garantia e orçamento
económico.
Todos estes documentos são imprescindíveis
para avaliar um doc web. Mas não suficiente
com que eles existam. Além disso, há
que assegurar a sua utilização e
actualização nas futuras modificações
do documento web. Diminuir o desenvolvimento web
a um simples exercício de "estilismo"
é na realidade limitar a validade do seu
design.
Fonte: Juan José Escribano Otero
www.webestilo.com/guia/articulo.phtml?art=45
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