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Donald Norman ou a relação
entre a Psicologia Cognitiva e o design de interfaces
Don
Norman realizou as suas primeiras investigações
e publicações em Psicologia Cognitiva
nos anos 60. Na realidade, antes de trabalhar em HCI
(Human-Computer Interaction),
era um conhecido investigador no âmbito dos processos
da percepção, a atenção
e a memória. Mais tarde estudou Engenharia Electrónica
no MIT.
Com esta formação não
é de estranhar o grande sucesso que teve quando
dedicou-se à HCI. De facto, tem desenvolvido
roles muito importantes para a Apple
ou a HP.
O que tem a ver a Psicologia Cognitiva
com o Design?
Na verdade, muito. A Psicologia Cognitiva
estuda os processos perceptivos, a atenção,
a linguagem, a aprendizagem, etc. Estuda a forma como
percebemos as coisas do nosso entorno, cores, em definitiva
a perspectiva. Tenta explicar porque alguns estimulos
são melhor lembrados do que outros, a capacidade
da memória, os tipos (curto e longo prazo). Como
e porquê num ambiente cheio de estimulos, somos
capaces de discriminar e focar a nossa atenção
num só estimulo.
Este tipo de conhecimentos são
básicos para explicar como os seres humanos interagimos
com os objectos/máquinas, isto é, assentam
as bases da HCI. No caso de um site, tentam explicarnos:
- Como se produz a cegueira aos banners;
- Porquê somos impacientes quando navegamos na
Internet;
- Como captar a atenção dos utilizadores;
- Como gerar confiança na Internet;
- Como é a conducta de navegação;
- Como se comporta um utilizador na sua primeira visita
a um site.
A Psicologia Coginitiva utiliza o método
científico experimental, uma ferramenta muito
útil para desenhar investigações
que confirmam ou rejeitam teorias. Não se trata
de dar uma opinião, senão de criar ciência.
Apesar de a rigorosidade metodológica
não ter muito sentido no âmbito da empresa,
resulta muito útil rejeitar as conclusões
de artigos que sejam pouco fiáveis, por exemplo
a crítica metodológica
ao artigo "Just how blind are we to advertising
banners on the web?"
Conhecer o comportamento humano ajuda-nos
a conhecer porque os estudos de mercado não são
úteis para predizer o comportamento dos humanos.
Publicações de Norman
O estilo de Norman, didáctico,
claro, simples, divertido, transforma os seus textos
em autênticas jóias.
O seu livro mais conhecido, "Psicologia
dos Objectos Quotidianos", é um clássico
para os interessados no design de interfaces e é
o livro com quem a maioria das pessoas se iniciam nesta
área. Neste livro, e através de objectos
da vida quotidiana, tais como os fogões da cozinha,
Norman explica-nos como as leis da percepção
e da memória explicam o nosso comportamento perante
diferentes objectos e também como o design pode
adaptarse às pessoas. Já agora este livro
foi re-editado com o título "Design dos
Objectos Quotidianos", mas na realidade é
o mesmo.Os seus ensaios
podem servirnos de introdução ao seu estilo:
"Emotion
and design: Atractive things work better" ou
"Toilet
paper algorithms", uma divertida análise
que deixa muito claro que é necessário
conhecer o comportamento e forma de pensar dos utilizadores
antes de começar a desenhar qualquer coisa.
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A listagem das suas publicações
é impresionante. "O
computador invisível", o seu último
livro foi também um grande sucesso, se
bem às vezes preocupa-se demais na "evangelização"
e é muito insistente nalgumas das suas
ideias no que diz respeito à visão
do design de interfaces integrada no contexto
de desenvolvimento de um produto.
As iniciais do seu site, jnd.org
provêm da conhecida "Just
Noticiable Difference" de Weber, um dos
primeiros psicólogos que utilizou o método
científico. Este pormenor deixa antever
a sua orientação. "jnd"
ou em português "a mais pequena diferença
perceptível", é o termo que
na Psicofísica se utiliza para medir as
percepções.
Norman tem sido professor em Harvard,
San Diego e noutras muitas universidades de prestígio.
Mais tarde fundou Nielsen
Norman Group, a consultora de Usabilidade
mais conhecida junto com
Jacob Nielsen e Bruce
Tognazinni. |
Página traduzida da versão
original feita por Eduardo Manchón:
http://www.alzado.org/articulo.php?id_art=147
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