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Usabilidade mal percebida


Resumo: É necessário sublinhar sempre os links? Há que evitar sempre o scroll? Deve estar tudo a três clicks de distância? A redundância é sempre má? Não, não, não e não. O que é necessário é interpretar adequadamente as recomendações de usabilidade e utilizar determinados recursos quando aportam benefícios.


A usabilidade está na moda, toda a gente tem ouvida falar nela e conhece algumas ideias básicas. No entanto, a necessidade de expor estas ideias de forma simples tem provocado alguns problemas de entendimento.

O azul e o sublinhado dos links não é indispensável

Aquilo que realmente interessa é que os links se identifiquem facilmente e sejam visíveis em relação ao resto de conteúdos. Para tal, não sempre é necessário sublinhar os links ou usar a cor azul, se podem utilizar outros recursos para identificar as ligações.
No entanto, é claro que não é tão fácil encontrar estes recursos e, em sites muito sobrecarregadas, existe o risco de queas ligações não sejam bem visíveis. Se não estamos seguros, nem orçamento para testar com utilizadores, é melhor não reinventar a roda porque o melhor standard disponível para identificar as ligações é a cor azul e o sublinhado.

Nem sempre é preciso evitar o scroll

Não deve existir scroll para visualizar os conteúdos visitados mais frequentemente, mas o resto de conteúdos não existe nenhum problema em que precisem do scroll.
Assim, os conteúdos menos importantes não sobrecarregam a parte superior da página nem tiram visibilidade àqueles que são realmente importantes. O scroll não supõe um problema para os utilizadores mais interessados em profundizar, pois eles terão a motivação suficiente para fazer scroll.
Desta forma o scroll passa a ser uma ferramenta de hierarquização dos conteúdos de uma página segundo a sua importância e frequência de utilização.

O número de clicks

A famosa frase "Tudo deve estar a tão só três clicks da home" não é um bom critério de design. É claro que quantos mais forem os patamares, mais risco existe de perder ao utilizador pelo caminho, mas esta não é uma regra primordial.
Um processo de dois pasos até pode ser mais difícil do que um de cinco se estes dos pasos são complexos e pouco percebidos e, pelo contrário, os cinco são lógicos e estão claramente definidos.
Pretender que todo o conteúdo de um site estaja a três clicks produz páginas de início sobrecarregadas de ligações, onde a informação não está bem hierarquizada e o secundário resta importância àquilo que é verdadeiramente importante.

A redundância nem sempre é má

A redundância não engana aos utilizadores enquanto o elemento redundante seja claro, tenha sentido e se abuse.
Por exemplo, se uma página de um producto tem scroll, podem exister dois ou mais botões de "comprar ao longo de toda a página. Ninguém vai pensar que cada um dos botões leva a uma "compra" diferente.
Tão pouco existe problema em repetir ligações, títulos ou informação importante. Dado que os utilizadores lêem muito pouco, quando navegam na redundância pode ser útil.
O problema surge quando os elementos diferentes levam ao mesmo conteúdo. Isto sim pode enganar ao utilizador.

A usabilidade não é o formato, nem as cores, etc.

Não interessa a cor do fundo enquanto permita um bom contraste com o texto, também não interessa a forma dos botões enquanto estes tenham apariência e sombras que lhes façam parecer realmente botões, etc.
A usabilidade não tenta impo o seu estilo estético porque não tem. Só preocupa-se dos elementos gráficos enquanto estes influêm na interaccção com o utilizador.

Para saber mais:

 


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b) Na Internet a qualidade baseia-se na rapidez e na fiabilidade. Na Internet tem em conta que a tua página seja mais rápida do que bonita, fiável do que moderna, simples do que complexa, ou seja, directa...ler mais>>


Página traduzida da versão original realizada por Eduardo Manchón:
http://www.ainda.info/usabilidad_mal_entendida.html

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Copyleft Juan Leal. 15/09/02 - Lisboa
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